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Estamos sempre a tempo de Flo(rir)

Desenvolvimento Pessoal & Educação

Estamos sempre a tempo de Flo(rir)

Desenvolvimento Pessoal & Educação

20
Jun21

O futuro das nossas crianças somos nós

Educação Positiva

Vivemos um tempo em que é difícil comunicar com as crianças e jovens. Parece que não ouvem os adultos, que a autoridade se desvaneceu, que não ouvem se não se levantar a voz ou sem se impor a mesma regra inúmeras vezes. A mais pequena rotina diária virou uma guerra. E isto acontece demasiadas vezes em casa. Acontece demasiadas vezes na escola.

Onde estamos a falhar com as nossas crianças e jovens? No que a escola está a falhar no desenvolvimento da curiosidade e do gosto por aprender? No que a família está a falhar na edificação de jovens equilibrados e felizes?

As crianças e os jovens estão a ir buscar os valores, a identidade e os códigos de conduta à internet e entre pares. O adulto tem perdido influência e diminuído a sua força como figura de referência, o que tem comprometido o bem-estar e a natural ligação familiar.

Porquê? Porque cada vez mais a sociedade se organiza de forma a que os adultos vivam na correria das suas exigências profissionais e dos seus afazeres de rotina caseira, relegando o tempo de qualidade com os filhos para segundo plano. Nada que não acontecesse desde sempre ... pensamos nós.

Porém, entre aquilo que as crianças e os jovens de hoje desejam e necessitam e aquilo que nós, adultos, valorizamos e/ou lhes proporcionamos, parece existir um desalinhamento que não permite que as nossas crianças cresçam felizes e motivadas para serem os melhores autores da sua própria história.

Ao questionar alguns jovens sobre o que mais os perturba, invariavelmente me referem, o stress e a ansiedade. Causada por quê, pergunto eu. Sobretudo pelas exigências da escola, dos professores, dos pais … pelos adultos, diria eu. Existem referências que indicam que atualmente 20% dos jovens do mundo ocidentalizado sofre de stress ou de ansiedade. Sem darmos por isso, está a nascer uma nova epidemia, ultimamente agravada pela pandemia. Será que queremos ver e agir, ou vamos continuar a esperar que as crianças e os jovens se resolvam sozinhos e se encaixem nas nossas expectativas?

Neste estado de desnorte é bom ter presente que os adultos somos nós, e que é em nós que a mudança tem de começar. O cérebro da criança ou do jovem ainda se encontra em fase de desenvolvimento (que terminará pelos 20/21 anos, ou para alguns autores ainda mais tarde), nomeadamente naquilo que se refere às suas capacidades cognitivas e executivas. Por isso tantas vezes ouvimos dizer que as crianças são “espelhos” ou “esponjas”. Atualmente, na condição de aceleração digital e de circulação massiva de informação, sem a presença e intervenção cuidadosa e atenta do adulto para ajudar a fazer a ligação entre o cérebro límbico/emocional e o cérebro executivo/racional, as crianças de hoje têm muita dificuldade em lidar com tanta emoção e tanto estímulo ao mesmo tempo (no nosso tempo era bem mais fácil).

Contudo, muitos de nós, frequentemente não têm conhecimento deste facto revelado pela neurociência e, na aceleração e no stress do dia-a-dia, partem do princípio que a criança “entende” tudo aquilo que se lhe diz e da forma como se lhe diz e que o jovem “já devia saber” o quer que seja, alimentando expectativas que as nossas palavras serão suficientes para que tudo corra bem. E às vezes são. Outras vezes não. Imensas vezes nos esquecemos de que as palavras podem convencer, mas são os exemplos que arrastam! E assim vamos esperando e desesperando que os mais novos façam aquilo que dizemos e não aquilo que fazemos …

Por isso, tornou-se demasiado importante que os adultos saibam que quando a criança se sente insegura ou triste sem ter quem a acolha ou com quem falar, ao não conseguir lidar com a sua dor, se sente sozinha, desprotegida e tende a se desconectar de quem é, a desacreditar em si mesma e a se refugiar em comportamentos distrativos ou reativos.

É demasiado importante que os adultos saibam que para se educar alguém, primeiro é preciso terminar a sua própria educação, conhecendo-se a si mesmo, compreendendo e identificando a sua própria infância e o modo como lidou com os desafios de então. Perceber verdadeiramente no que acredita e o que aprendeu a esconder dentro de si – o medo, a raiva, a revolta, a frustração, as expectativas goradas e agora recriadas, que tantas vezes não permitem olhar a criança de uma forma clara, mas sim como uma projeção de si mesmo.

É demasiado importante que os adultos saibam que as crianças de hoje são muito diferentes das crianças do século passado e que, embora tenham chegado sem um “Manual de Instruções”, podemos lê-las à luz duma presença plena, sem pressas, de forma atenta, próxima e curiosa, olhos nos olhos, coração no coração.

É demasiado importante que os adultos se lembrem que comportamento gera comportamento, e que, tal como nós tendemos a repetir padrões de relacionamento dos nossos pais e família, também os nossos filhos tenderão a repetir os nossos padrões. Não obstante e mesmo que aparentemente isso não seja evidente e que a estratégia seja diferente, é importante saber que, em cada família, existe uma “lealdade em cadeia” que une pais e filhos.

Por isso é tão importante que cada educador resgate a sua melhor versão, se transforme num incondicional porto-seguro e cuide da coerência entre aquilo que diz e faz … e que o faça não só por amor, mas com amor, pois tem nas suas mãos e à sua responsabilidade um ser vulnerável que carece, mais do que em qualquer outro momento da história da humanidade, da presença e do amor incondicional dos seus pais para se sentir seguro, aceite, compreendido e amado.

E se o fizermos, depressa perceberemos que aquilo que as crianças desejam é sentirem-se ligadas física e emocionalmente, que os pais as aceitem como são e as escutem, que falem com elas e não só para elas, que lhes seja permitido exprimir a sua autenticidade, sem julgamentos e críticas, que confiem nelas, deixando-as tomar decisões, experimentar, errar e aprender pelos seus próprios pés.

Porquê? Porque nascemos para aprender e aprender é a natureza humana. Instintivamente, as crianças querem aprender, querem crescer, querem viver sem medo, querem ser incentivadas e valorizadas … e quando os pais não “têm tempo”, elas irão procurar orientação e validação noutro lugar. E a internet está à mão, as conexões com os seus pares estão digitalmente acessíveis, os jogos e as séries anestesiam o vazio que sentem … E é assim que, sem se dar por isso, o ponto de referência muda. E quando acordamos já existe muito caminho percorrido (ou não percorrido) e o distanciamento está instalado.

Nós somos os adultos! É em nós que a mudança começa. Não podemos esperar que as crianças mudem se nós não nos disponibilizarmos primeiro a conhecer-nos, compreender-nos, aceitar-nos e a amar-nos o suficiente para nos tornarmos conscientes do que verdadeiramente se passa com as nossas crianças e jovens.

O futuro das nossas crianças somos nós!

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03
Jun21

Regras & Acordos

Educação Positiva

Na sequência da publicação anterior sobre o porquê de sentirmos dificuldade em estabelecer regras com as crianças e jovens de hoje, seguimos hoje no sentido de acrescentar ainda mais valor ao tema.

O estabelecimento de REGRAS & ACORDOS com as nossas crianças e jovens implica a necessária habilidade de fazer acordos sem imposições, chantagens ou punições.

Em termos conceptuais, um ACORDO é um pacto resultante dum encontro de ideias e sentimentos, que requer uma abertura à mudança, flexibilidade e conciliação de anseios. Através da aceitação e da escuta de todas as partes, leva à descoberta de novos pontos de vista, que num movimento confluente no sentido duma solução comum, inclui ganhos para todas as partes.

Nada de novo para nós … mas será que se aplica na relação com crianças e jovens?

Por outro lado, a chantagem não é nem nunca será um ato educativo. É mais um ato desesperado de quem não tem mais recursos no momento. Não obstante, não reforça positivamente um novo e desejado comportamento porque não origina uma adesão voluntária, uma reflexão ou um compromisso pessoal. A intenção é distorcida em função dum resultado, e por conseguinte, a médio prazo, o efeito também não será o esperado.

A imposição é e será sempre uma repressão que prejudica muito a relação, pois a criança entende que não pode exprimir ou realizar o que pensa, sente ou quer … com todas as consequências que hoje, como adultos, sentimos na nossa própria pele (eu sinto!).

É verdade  que o castigo ou a punição, têm um efeito imediato na diminuição do comportamento indesejado e na redução da probabilidade da sua repetição … mas não resolvem a questão de um modo mais profundo e categórico. Muito provavelmente, tendem a aumentar a revolta e a propensão para a afronta, porque naturalmente, a criança não compreende a ligação ou a razão por que está a ser castigada (com me lembro de, em criança, sentir esta revolta dentro de mim!).

A neurociência explica o porquê das crianças até aos 12 anos não reagirem aos castigos com aquelas aprendizagens que os adultos esperam e desejam … mas antes pelo contrário, serem levadas a se adaptarem e a encontrarem estratégias de pura sobrevivência, não deixando por esse motivo, de se sentirem injustiçadas e incompreendidas (como me lembro de sentir esta incompreensão … que dava lugar a uma raiva que eu desconhecia, mas que brotava envergonhada de dentro de mim!).

Quando, em vez de imposições (“Porque sou tua mãe!”) e de castigos (“Ficas sem o telemóvel para ver se aprendes!”), escolhermos o caminho da real participação da criança/jovem em ACORDOS e COMBINAÇÕES, no seu cérebro, abre-se um novo caminho neurológico.

Estas novas ligações cerebrais permitem a realização de novas aprendizagens, geram a expansão do mapa mental da criança e facilitam naturalmente uma adaptação social ajustada ao contexto em que a criança/jovem se insere, pois foram criadas com base numa efetiva e eficaz compreensão daquilo que pode fazer, e da FORMA COMO o pode fazer.

Muitas vezes as crianças não entendem as “explicações dos adultos” e é preciso aclarar de forma muito concreta e específica aquilo que dizemos e que queremos das crianças. Não nos esqueçamos que o desenvolvimento do cérebro decorre até perto dos 20 anos. Até lá, é o adulto que em parte, tem de fazer esse papel …

Por isso, a construção de REGRAS & ACORDOS assenta numa construção conjunta, baseada numa curiosidade genuína e numa escuta ativa por parte do adulto, bem como numa indispensável abertura à mudança, onde o adulto divide a responsabilidade da resolução de determinada situação com a criança/jovem.

 Nestes casos, a linguagem utilizada deve ser concreta e específica para que a criança/jovem entenda sem qualquer dúvida o que se espera dela/e (é essencial não presumir que a criança/jovem entende o conceito da mesma forma que o adulto).

Sempre com foco na solução (não referindo situações passadas) e para que o ACORDO seja efetivo e eficaz, a participação genuína da criança/jovem deverá ser sempre estimulada e encorajada pelo adulto.

Vamos ao passo a passo:

  1. Colocar o problema – cada parte coloca o seu ponto de vista, revelando motivos e sentimentos, tanto quanto possível de forma isenta, factual e sem julgamento.
  2. Expor as regras da casa (ou da escola)  e propor para essa situação uma construção conjunta de Regras & Acordos.
  3. Através de BOAS PERGUNTAS, questionar a criança/jovem sobre o que pensa sobre isso e como acredita que se pode resolver o problema.”Como podemos resolver isto?”
  4. Construir em conjunto – continuar a perguntar, a ouvir as propostas da criança e ir avaliando em conjunto quais serão as que fazem mais sentido e serão mais eficazes… até se encontrar uma solução equilibrada (win-win).
  5. Considerar sempre as possíveis e reais consequências do não cumprimento do “acordo” – “Se não cumprires … “ o que pode acontecer … pois a criança não tem ainda a maturidade neurológica e a capacidade inata de prever as consequências dos seus atos. 
  6. Fixar o acordo (passa a ser uma regra) e valorizar a decisão.
  7. Se a criança não cumprir a regra acordada, não é o momento para deixar de acreditar nela, mas de deixar a criança vivenciar as consequências. Só depois dessa vivência se deverá ter uma nova conversa para acertar novamente as “Regras e Acordos”, passando de novo a responsabilidade da resolução do problema para a criança/jovem.

Quando as regras são combinadas e não impostas, os acordos viram regras! Inicialmente, poderá ser um processo mais moroso, mas a longo prazo, os resultados serão bem mais consistentes!

E afinal, honestamente, como é connosco, adultos?

Quem não prefere participar e ser ouvido nas regras da sua própria vida?

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FONTE: Instituto de Coaching Infanto-Juvenil, Método Core Kidcoaching

15
Mai21

Porque não conseguimos impor regras aos nossos filhos?

As crianças de hoje parecem não nos ouvir …

Porque é tão difícil levar as crianças ou jovens a fazer aquilo que nos parece ser o certo e o melhor para eles? Porque ultimamente tem sido tão difícil disciplinar rotinas diárias e implementar regras com as crianças e jovens?

Parece que só fazem aquilo que querem, que nos desgastam “porque sim” e que no final, nos vencem pela exaustão …

Talvez seja por não entenderem verdadeiramente aquilo que nós estamos ou queremos dizer. Porquê? Porque nós não explicamos de modo que elas entendam e sobre tudo, de modo, a que elas se sintam escutadas e acolhidas.

“Mas eu combino as regras com o meu filho e, mesmo assim, ele depois não as cumpre!”

Paremos para pensar. Afinal o que é o nosso “combinar”?

Muitas vezes o adulto expressa e afirma o que quer, ouve de soslaio o que a criança diz, e no final remata: “Combinado?”

Será mesmo uma “combinação” ou um acordo entre partes? Parece-me que nestes casos, e apesar do uso da palavra “combinado”, não se trata de uma combinação ou de um acordo, mas de uma imposição bem camuflada num suposto “combinado”.

Outras vezes o adulto não confia que a criança vai conseguir cumprir o que ficou definido e demonstra isso com frases do tipo: “Sempre quero ver se desta vez vai ser diferente do costume e se fazes aquilo que combinámos”…

Ou, quase em desespero, usa chantagens para que aquilo que foi “combinado” seja cumprido: “Se tomares banho por tua iniciativa, deixo-te ficar mais tempo a jogar.”

Este tipo de situação pode ser confundida com negociação, mas na verdade é uma chantagem. Quando o adulto propõe uma compensação, a criança tende a não cumprir o seu compromisso de uma forma consistente, uma vez que o “negócio” só fez sentido para ganhar algo em troca. Esta opção resolve a situação no momento, mas mais tarde revela um curto prazo de validade.

E pode ainda acontecer que, no caso de a criança não cumprir o “combinado”, o adulto castigue a criança: ”Não cumpriste o que combinámos, por isso vais ficar uma semana sem tablet”. É neste momento que a criança interioriza que o adulto deixou de acreditar nela – “end of history!”.

Está cientificamente comprovado que o cérebro da criança, embora nasça emocionalmente desenvolvido, racional e cognitivamente estará em desenvolvimento até cerca dos 20 anos! Por essa razão, pesquisas neurocientíficas demonstram que as crianças até aos 12 anos não respondem à punição e aos castigos com aprendizagens concretas, mas pelo contrário sentem-se injustiçadas e incompreendidas, desenvolvendo apenas comportamentos mais ou menos condicionados e adaptados.

Afinal, será que temos assim a memória tão curta? Como foi quando éramos crianças? Eu lembro-me de sentir dentro de mim uma incompreensão e uma revolta profunda, pois não conseguia entender o que se passava à minha volta nem o porquê das limitações e condições que me impunham. E convosco, como foi?

Ok, então vamos lá. Como podemos fazer diferente? Como poderemos conseguir estabelecer uma verdadeira e eficaz comunicação com os nossos filhos? Como poderemos trazer mais paz e harmonia à vida familiar?

Vamos lá trazer um pouco mais de clareza à questão …

Uma REGRA é um princípio ou uma norma FIXA e que se aplica a TODOS! São as regras da casa. E não funcionam bem se forem as regras de uns e não de outros, por mais óbvias e racionais que nos pareçam as nossas justificações.

Para a regra funcionar tem de ser genuinamente aceite por todos os envolvidos, independentemente da sua idade e papel que desenvolve no sistema. E para tal, é importante que na regra fixa, para além da sua parte inegociável, exista uma outra parte que seja flexível e passível de ser “personalizada” e incorporada como “minha”.

Como é que isso se faz? Através de acordos e combinações, onde fica COMBINADO o “modo COMO” essa REGRA vai ser cumprida por todos.

Um ACORDO (ou combinado) é algo que é negociável e flexível, que deve ser honesta e claramente especificado no pacto que se estabelece com a criança, sendo as suas ideias e propostas necessária e atentamente consideradas na resolução final.

Não nos iludamos, as crianças percebem bem demais os nossos “sim para que me deixes”!

E quando assim é, a nossa expectativa de ter filhos obedientes e pouco adversos … contradiz o nosso desejo de criar pessoas ativas, interventivas e empreendedoras da sua própria felicidade e sucesso. Se queremos que eles aprendam a pescar, não lhe podemos dar o peixe já pronto!

As crianças aprendem mais pelo nosso exemplo do que pelas nossas palavras, por isso a solução passa mais pelo nosso alinhamento entre razão e ação, do que pela nossa explicação o imposição.

A arte de impor uma regra está afinal … em não a impor!

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Glossário:

ACORDO – Pacto resultante da comunhão de ideias e sentimentos. Concordância e harmonia. Requer uma abertura à mudança, flexibilidade e conciliação. Através da aceitação e da escuta de ambas as partes, leva à descoberta de novos pontos de vista, congruentes e com ganhos para ambos os lados.

CHANTAGEM – não é um ato educativo nem reforça um novo comportamento positivo e desejado porque não gera uma adesão voluntária, uma reflexão ou um compromisso pessoal.

IMPOSIÇÃO – é uma repressão que muito prejudica a relação, pois a criança entende que não pode expressar ou realizar o que pensa, sente ou quer … com todas as consequências que hoje sentimos na nossa própria pele.

PUNIÇÃO ou CASTIGO – produz a diminuição do comportamento indesejado de imediato, reduz a probabilidade da sua repetição … mas não resolve a questão. Aumenta a revolta e a tendência para a afronta, pois a criança não compreende a ligação ou a razão por que está a ser castigada. Crianças até aos 12 anos não respondem ao castigo com a aprendizagem que os adultos desejam … apenas se adaptam e sobrevivem.

CONSEQUÊNCIA - é o resultado de algo produzido por uma causa (relação causa-efeito). Deixar que as crianças vivenciem as consequências dos seus atos ou da falta deles, permite que se apercebam da real importância das suas ações e da relação causa-efeito que estabelecem.

 

FONTE: Instituto de Coaching Infanto-Juvenil, Método Core Kidcoaching

 

21
Abr21

A arte de se conectar

Família e Educação

O meu filho não fala comigo! Está-se sempre a escapar…

O meu filho não me ouve e não faz o que tem de fazer.         

 Lá em casa não conseguimos ter conversas tranquilas ou produtivas ...

As crianças estão cada vez mais percetivas e ligadas. Elas conectam-se naturalmente, não com aquilo que dizemos (e quem já não deu por isso?), mas com aquilo que veem, com aquilo que sentem e com aquilo que facilmente conseguem “ler” sobre aquilo que não é dito, mas pensado. Parece que as crianças do século XXI vêm equipadas com um novo software que lhes permite comunicar de uma forma diferente daquela a que sempre estivemos habituados.

Hoje em dia é mais difícil “enganá-las” com palavras, a menos que elas se deixem levar por interesse próprio. Elas percebem quando estamos a tentar manipulá-las e os nossos esforços mais “clássicos” tornam-se infrutíferos e desgastantes. Rapidamente percebemos que aquilo que resultou connosco quando éramos crianças, já não resulta mais! Algo mudou, mas não sabemos bem o quê, nem o que de melhor podemos fazer. Os miúdos não vieram com manual de instruções!

As crianças e os jovens da atual geração (Geração Z) têm muito mais informação à sua disposição, são mais hábeis na conexão à distância e são mais percetivos em alguns aspetos. Porém, não estão mais preparados, não são mais maduros nem têm a necessária habilidade cognitiva para conseguir lidar com tanta informação e tanta sensação que lhes chega pelos mais variados meios e das mais variadas formas.

Hoje mais do que nunca, as crianças e os jovens necessitam da presença e do apoio atento do adulto para conseguirem lidar com essa pilha de informação e de emoção. Sim, agora que a vida também exige cada vez mais de nós, em que o tempo foge, em que a segurança e a estabilidade social e familiar são horizontes sempre longínquos, estamos ao mesmo tempo a ser chamados para sermos mais conscientes e assertivos nas nossas escolhas e atitudes na educação da geração mais nova. Não está fácil!

Aquilo que funcionou connosco quando éramos crianças, não funciona com os nossos filhos. Nós “virámo-nos” praticamente sozinhos. Ok, mas sejamos honestos … isso teve um preço emocional que muitas vezes evitamos enfrentar e revelar, até para nós mesmos. Será que queremos o mesmo para os nossos filhos? Mesmo agora, e depois de saber que atualmente eles vivem um tempo pleno de desafios em que uma intervenção presente e orientadora do “adulto cuidador” pode ser basilar num crescimento equilibrado e emocionalmente saudável? Verdadeira e certamente, não é isso que desejamos para os nossos os filhos.

“Os meninos não têm querer”! Esta frase que sistematicamente ouvi na minha infância, sempre me irritou profundamente desde a mais tenra idade. A única maneira que encontrei para lidar com ela foi deixar crescer uma raiva dentro de mim, que sempre me levou a responder em surdina: “Quando eu crescer tu vais ver!”. Se cresci? Cresci. Mas não foi bom. Levei muitos anos a descodificar tanta emoção reprimida dentro de mim.

De alguma forma, a tendência geral para menosprezar as opiniões, problemas, sentimentos e emoções das crianças e jovens (simplesmente porque “isso vai passar”), deixa a criança a lidar sozinha com desafios para os quais, segundo a neurociência, ainda não tem desenvolvido os recursos mentais necessários para tal. Os “problemas” das crianças e dos jovens são problemas reais, de pouca dimensão para o adulto, mas de enorme dimensão na perspetiva dessa criança ou jovem. Fazem parte da sua plataforma de aprendizagem e de crescimento, e ignorá-los ou fingir que é normal e que está tudo bem, não ajuda. Por outro lado, aprender a lidar com eles de forma positiva, consciente e deliberada … ajuda. Por isso, qualquer intenção de conexão dos pais com os seus filhos necessitará partir deste pressuposto de respeito pelos sentimentos e emoções que a criança ou o jovem estão a sentir naquele momento, sem desvalorizar ou julgar, mas compreendendo e acolhendo. A password de acesso a uma eficaz conexão com os nossos filhos passa primeiro pelo reconhecimento da sua “dor”.

Então, o QUE é importante para uma boa conexão com as crianças e jovens?

1 - Ter noção que cada família tem a sua especificidade e o seu modo próprio de funcionar. Por isso não existem receitas nem uma solução única que funcione para todas as famílias. Porém existem princípios que podem ajudar os pais a encontrarem a solução que funciona melhor no seu sistema familiar. A coragem de experimentar novas abordagens ou de mudar algo em si próprio, pode impactar muito positivamente a rotina e o ambiente familiar.

2 - Colocar a password de acesso através de uma verdadeira conexão emocional, possibilitando assim uma profunda conexão racional. Para uma conexão eficaz, teremos de ativar as duas em simultâneo. Esse é o caminho para a criança ou o jovem se sentirem parte desse grupo/família.

3 - Ter uma comunicação clara sem escamotear aquilo que verdadeiramente se pensa ou se sente – dar o exemplo ao exprimir os seus próprios problemas ou desafios e as suas próprias emoções, estimula as crianças e os jovens a fazerem o mesmo e evita reações intempestivas ou descontroladas, tão prejudiciais ao bem-estar familiar.

4 - No relacionamento com a criança e/ou jovem, é importante não partir de pressupostos e alimentar uma genuína curiosidade para aceder ao mundo da criança e/ou do jovem. Ou seja, antes de presumir, julgar ou criticar, é melhor perguntar para compreender (e não apenas para sugerir ou mandar).

5 - Não perguntar “porquê” a criança ou o jovem fez o que fez (ela não tem o desenvolvimento neurocerebral para responder!!) nem cobrar coisas do passado. Em contrapartida, focar-se na solução, ser pragmático e partir do momento presente para aquilo que se pretende que aconteça.

6 - Estimular a autorresponsabilidade, levando a criança ou o jovem a perceber o que está a acontecer e o que pode fazer para obter um resultado que sirva melhor os seus desejos, bem como os das outras pessoas.

7 - Manter um diálogo valorativo daquilo que a criança ou o jovem diz, praticando uma escuta que inclua os seus sentimentos e opiniões na solução encontrada e colocada em prática.

8 - Ter uma comunicação auditiva – não explicar ou apenas falar, mas “ouvir com os olhos”, olhando olho no olho e elevando ligeira e suavemente as sobrancelhas como sinal de aceitação, entrega e acolhimento do momento (conexão emocional).

9 - Ter mais foco na dinâmica emocional da relação e não tanto nos detalhes objetivos do conteúdo.

10 - Entrar no mundo da criança ou do jovem partilhando com prazer os seus interesses e participando nas suas brincadeiras e/ou atividades (aumenta a ocitocina, hormona do bem-estar).

11 - Tratar as pessoas do modo que elas gostam ou preferem ser chamadas aumenta a conexão e cria aproximação. Pergunte sempre aos seus alunos ou ao seus filhos como gostariam de ser tratados e chame-os dessa forma.

A conexão entre pais e filhos não acontece apenas "porque sim"! Não obstante e para tal, não precisamos ser pais e/ou educadores perfeitos ou muito populares. Precisamos apenas de ser pais ou educadores conscientes, coerentes ... humanamente falíveis e simplesmente felizes.   

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Fonte: ICIJ – Programa TeenCoaching - Método GrowCoaching

07
Abr21

A Arte de Elogiar

Educação

De um modo geral, não fomos elogiados quando éramos crianças. Também não fomos incentivados nem aprendemos a elogiar os outros. Muitos de nós ainda hoje ficam desconfortáveis quando são elogiados e caiem na armadilha de desvalorizar o elogio que lhes é oferecido.

Para que os nossos filhos não percorram o mesmo destino, precisamos de estar atentos para semear um caminho de maior autoestima e empatia. A crítica e o julgamento levam, tal como nos levaram a nós, a estratégias de defesa e de autoproteção, culminando em inseguranças internas e naquela nossa inconfessável falta de autoconfiança.

Porém, não são só os elogios que recebemos que regam a nossa autoestima. Há estudos científicos que apontam para uma tendência de as pessoas se definirem umas às outras de acordo com os três adjetivos que cada um mais utiliza. Ou seja, ao elogiarmos criamos uma corrente positiva em que as palavras que usamos para elogiar o outro ou as circunstâncias, constroem a perspetiva que os outros têm sobre nós. Assim, quanto mais elogiamos, mais o elogio que fazemos passa a fazer parte de nós, mais cadeias positivas se instalam e mais incorporamos esses aspetos positivos na nossa autoestima.⁣

Assim sendo, aprender a dar e a receber elogios é uma premência de adultos e crianças. E a melhor maneira de o conseguir fazer de uma forma eficaz, é fazê-lo juntos. Esta é uma excelente possibilidade de crescimento familiar, em bem-estar e felicidade.

Como elogiar? Como elogiar qb, duma forma que seja eficaz e adequada, e na quantidade certa? Como saber o como e o quando? Só a experiência proporcionará as referências sobre o que é melhor para cada criança e para cada família. Contudo, aqui ficam algumas pistas.

Um elogio, para funcionar e ser acolhido e integrado no sistema de crenças da pessoa, deverá ser verdadeiro, específico e concreto, congruente e oportuno. Ui… tanta coisa! Não obstante, como tudo o que aprendemos de novo, parece complicado ao início, mas com a prática, vai-se tornando fácil e até automático.

Os REFORÇOS POSITIVOS ou elogios são mais eficazes quando focados no processo (no MODO DE ESTAR) e nas qualidades e habilidades passíveis de desenvolvimento, e não em atributos inatos e imutáveis (no MODO DE SER), como por exemplo “és muito lindo/inteligente”. Direcionados dessa forma, os elogios incentivarão a pessoa a acreditar mais nas suas próprias capacidades, bem como a estimularão a desenvolvê-las ainda mais.

Por exemplo, em vez de dizer: "És muito bom a andar de bicicleta”, dizer “És muito corajoso a aprender a andar de bicicleta".

Elogios do género: “És tão esperto, és tão inteligente, és tão bom”  … não só não funcionam como fazem com que a criança/adolescente fique com medo de arriscar, com medo de falhar e de não corresponder à (elevada) imagem que as pessoas têm dela. A alternativa é reforçar-lhe a confiança em si mesma, promover o seu amor-próprio, a sua confiança, o seu esforço … evidenciando as conquistas do processo e não só o resultado.

Existem aspetos a ter cuidado, pois, estando presentes, retiram o PODER DO ELOGIO. É muito importante que não se banalize o elogio, que não se façam elogios comparativos com outras pessoas (não recorrer à comparação!), que não se antecipem recompensas antes do processo concluído e que não se exagere na forma e na frequência do elogio.

Um elogio credível na hora e momento certo pode fazer milagres com qualquer pessoa. E ainda, para além desses benefícios individuais e pessoais, a troca saudável de elogios em ambiente familiar e escolar será sempre uma central e impactante mais-valia na prosperidade emocional e cognitiva do próprio sistema.

Porém, é necessário não exagerar para que não se crie uma dependência emocional do reforço externo, dando espaço e permitindo à criança/jovem que encontre também a sua própria motivação independentemente da aprovação dos outros.

Aspetos a elogiar no dia-a-dia familiar e/ou escolar:

  • Diariamente, descrever o que se vê: “Uau, que quarto/material arrumado e limpo!”
  • Descrever o que se sente: “Gosto muito de estar contigo/ser teu professor”
  • Ajudar a avaliar o resultado tendo em consideração a sua opinião: “O que pensas sobre isto?”
  • Demonstrar que se confia: “Confio/Acredito em ti”
  • Reconhecer o esforço e/ou sofrimento: “Vejo que trabalhaste muito para conseguires isto”
  • Agradecer a ajuda e a contribuição: “Isso ajuda-me muito, muito obrigada”
  • Agradecer o tempo que passam juntos: “Obrigada por estares aqui comigo/me dares atenção”

As crianças e os jovens, por terem o seu cérebro límbico (emocional) pronto e o seu cérebro racional ainda em desenvolvimento tornam-se “esponjas“ emocionais, sem muita capacidade de filtrar cognitivamente aquilo que é dito pelos adultos (quanto mais novas mais a sua capacidade de abstração está ainda por desenvolver). Devido a este facto, devidamente comprovado pela neurociência, qualquer mudança que os pais/professores façam na forma de abordar e de se relacionar com os seus filhos/alunos, originará rápidas mudanças nas crianças também.

Estamos todos no mesmo barco, mas quem tem o leme na mão é o adulto! Aproveite para incentivar a criança/jovem a elogiá-lo também a si, e já agora receba o elogio dela com genuína atenção e afeição.

Quer uma dica para receber melhor os elogios? Sempre que alguém o elogiar, sorria e agradeça. Não ignore, não rejeite, não menospreze, não disfarce com palavras vãs, nem se apresse a devolvê-lo. CALA-SE, respire, simplesmente agradeça e sorria!

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18
Mar21

A arte de escutar para compreender

Educação - Relacionamentos

Muitos de nós, a maioria … ouve mais para responder do que para compreender …

Não é uma crítica. É um facto, consequência do nosso crescimento e formação, da nossa perspetiva sobre aquilo que os outros esperavam e exigiam de nós quando erámos crianças. Aprendemos a ouvir para responder. Aprendemos a ter medo de errar. Aprendemos a estar à defesa. Aprendemos a sobreviver. E também aprendemos que sobreviver é dar a resposta certa (entenda-se a resposta esperada)!

Por isso é muito natural que estejamos mais “programados” para “OUVIR PARA RESPONDER” do que para “OUVIR PARA COMPREENDER”.

Qual foi a última vez que, antes de responder com uma crítica ou um comentário sobre algo que discordava, se permitiu parar e olhar com curiosidade genuína para as coisas importantes que o outro dizia?

Qual foi a última vez que, antes de responder, se permitiu deixar de lado o seu ponto de vista e tentar ver as coisas da perspetiva do outro, apenas e só com a intenção de o compreender?

E … qual foi a última vez que EU, que agora vos escrevo, também o fiz? Pois, não com tanta frequência quanto o desejo, mas está tudo bem … é um caminho que se aprende a trilhar!

Que não se pense que sou dotada de extraordinárias habilidades e venho para aqui ensinar. Apenas posso estar eventualmente um pouco mais sensível a este assunto e ter esta vontade de fazer melhor, de acolher e de partilhar aquilo que me parece poder ajudar.

Acredito que a nossa vida se rege muito pela qualidade das nossas relações, sejam elas pessoais, profissionais ou familiares. E saber escutar de forma ativa e disponível para entender, em vez de reagir ou automaticamente responder, pode trazer um acrescido bem-estar, compreensão e satisfação pessoal, profissional e familiar aos nossos dias.

No que se refere à educação das nossas crianças e jovens, muito se poderá dizer. Uma das principais DORES DE INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA, é de dor de se sentir constantemente incompreendido, julgado e criticado. Estão lembrados? Então porque nos esquecemos como, nessa altura, foi tão difícil para nós suportar essa dor e agora repetimos padrões dos nossos pais com os nossos filhos ou alunos?

Frequentemente ouvimos pais a afirmar que não conseguem comunicar com os seus filhos, que eles não os ouvem, que o que dizem não surte o efeito que desejam. Vale a pena parar para pensar em que ponto do ciclo da comunicação o fluxo foi cortado e como o podemos reatar.

E os pais explicam que tentam falar com os filhos, que se tentam interessar e fazer-lhes perguntas, mas que eles “fogem” e se “escondem” com respostas minimalistas e/ou totalmente insatisfatórias, tipo: “Correu tudo bem” ou “Nada de especial” ou “Ok” ou “Hum, hum”.

Duas questões se colocam: As perguntas que habitualmente fazemos serão as melhores perguntas para conduzirem às respostas que desejamos? Sobre este tema escrevi um pouco num artigo anterior neste mesmo blog – remeto-vos para lá: "A Arte de Perguntar".

A outra questão é: Será que quando perguntamos, estamos verdadeira e plenamente abertos á resposta, ou apenas perguntamos para confirmar, avaliar ou julgar, e desse modo (acreditamos nós) poder ajudar?

Uma boa conversa começa com uma simples pergunta: “Conta-me mais sobre isso …” ou “Para eu entender, o que poderia ser isso para ti?”

Porém, para que um bom início se materialize numa efetiva boa conversa, estas perguntas terão de serão seguidas duma ESCUTA ATIVA E INCLUSIVA.

Algo como: Entendi que me estás a dizer que não queres ir à escola. De acordo com o teu ponto de vista, como poderia ser para tu aprenderes e desenvolveres as tuas capacidades e habilidades?“

Para se conseguir construir uma BOA CONVERSA (não, não nasce de geração espontânea) tem de existir presença, conexão e um sentido biunívoco da comunicação. E para tal, não basta perguntar. É preciso saber escutar!

E quanto mais os pais e/ou professores de crianças e adolescentes aprenderem (sim, aprenderem!) a escutar, melhor e mais tranquila será a comunicação.

Uma BOA ESCUTA necessita ser:

- Ativa, com atenção plena, focada na criança ou no adolescente (sem interferências);

- Recetiva e acolhedora, com interesse genuíno no que a criança ou jovem tem a dizer, sem reações apressadas, comentários julgadores ou “mas” …

 - “Validativa”, ou seja com emissão de um sinal de que aquilo que está ser dito é válido e digno de ser considerado. A validação abre as portas do coração!

 - Inclusiva, que incluí aquilo que foi dito na construção duma possível solução;

 - Pró-ativa, ou seja, deve ser consequente e de alguma forma útil, sendo colocada em prática nas realizações que se seguem a essa conversa.

Só assim as crianças, os jovens ou qualquer pessoa, se poderá sentir verdadeiramente escutada, acolhida e incluída. Porque quando assim não é … todos vamos vivendo com aquela permanente e insistente sensação de que não somos ouvidos …

É tempo de PARAR, OLHAR e ESCUTAR … para melhor COMPREENDER e poder RESOLVER!

 

“Quando falamos estamos somente a repetir aquilo que já sabemos.

Mas se escutarmos, pode ser que aprendamos qualquer coisa nova.”

Dalai Lama

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07
Mar21

As crianças não são o futuro …

Educação e Politica Infanto-Juvenil

 

As crianças são o nosso futuro … sempre ouvimos dizer … desde que éramos crianças!

E assim passa o tempo, as crianças crescem, tornam-se adultos, pais, avós … e continuam sempre a ser o futuro!! Porém, o futuro é algo que ainda não chegou …

Por esse motivo, as crianças não são o futuro. São o PRESENTE. São de carne e osso, estão aqui e agora, com sentimentos, necessidades, desejos e anseios que precisam de ser cuidados, nutridos, considerados, acolhidos, respeitados, desenvolvidos … para que o futuro de amanhã seja melhor que o futuro de hoje.

Cuidar hoje da SATISFAÇÃO E BEM-ESTAR das nossas crianças, certamente produzirá adultos mais felizes e realizados, e consequente uma sociedade mais justa e equânime.

Mas vamos a dados concretos. Em 2020, a UNICEF publicou um Relatório de um estudo (Understanding What Shapes Child Well-being in Rich Countrie - UNICEF2020) sobre o que molda e influência o bem-estar das crianças nos países mais “ricos”, no qual Portugal se inclui. SIM, não nos esqueçamos que vivemos num jardim à beira-mar plantado neste cantinho do continente europeu, um dos melhores locais do mundo para se nascer e viver.

Neste relatório são analisados vários fatores que podem proporcionar uma BOA INFÂNCIA e são apresentadas diversas conclusões interessantes em relação aos níveis de FELICIDADE, SATISFAÇÃO E BEM-ESTAR das crianças e jovens de 41 países da OECD e da União Europeia.

Por curiosidade, no âmbito deste estudo publicado pela UNICEF, em setembro de 2020, as crianças mais felizes do mundo são as holandesas.

As condições necessárias e mais intrínsecas à própria criança para que esta tenha uma boa infância passam pela boa saúde mental e física, bem como pela aquisição de boas habilidades para a vida. Porém, mesmo em países desenvolvidos/ricos, estes dados se revelaram longe do ideal.

De um modo geral, em 12 dos 41 países analisados, menos de 75% das crianças de 15 anos revela ter uma alta satisfação com a vida. O suicídio é uma das causas mais comuns de morte para adolescentes de 15 a 19 anos. E em 10 países, mais de uma em cada três crianças, está acima do peso ou é obesa.

Uma grande virtude deste relatório é a criação de um modelo de bem-estar infantil que se expande para além dos fatores internos da criança (como a saúde física, a saúde mental e as habilidades para a vida), considerando também inúmeros fatores de contexto, num modelo com várias dimensões que mantem a criança ao centro da sua realidade. Partindo da criança para o exterior, foram consideradas as seguintes dimensões:

  1. RESULTADOS – saúde mental e física, e habilidades.
  2. ATIVIDADES – atividades complementares e uso de internet.
  3. RELACIONAMENTOS – família, amigos e colegas de escola.
  4. REDES – relação dos pais com escola, comunidade e trabalho.
  5. RECURSOS – recursos de casa e da vizinhança.
  6. POLÍTICAS – familiares, de educação e de saúde.
  7. CONTEXTO– economia, sociedade e ambiente.

Como conclusão, o raking dos países com as crianças mais felizes do mundo é o seguinte:

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Alguns dados referentes a Portugal:

  • Aos 15 anos, a alta-satisfação com a vida situa-se nos 78% (12ª posição).
  • Entre os 5 e os 19 anos, 33% da população está acima do peso ou é obesa (30ª posição).
  • Entre os 15 e os 19 anos a percentagem de suicídio coloca-nos na 40ª posição (e ainda bem!).
  • Aos 15 anos as habilidades de leitura e matemática apresentam um valor de 63% de proficiência (apenas!), o que nos coloca na 24ª posição.
  • Aos 15 anos a confiança para fazer amizades está avaliada nos 76% (18ªposição)
  • A visão dos pais sobre a sua relação com as escolas dos filhos é 7,3 (numa escala de 0 a 10), o que nos coloca na 25ª posição.
  • Na visão dos alunos sobre a sua participação nas decisões em casa e na escola, Portugal não aparece nas primeiras 16 posições (a Espanha/Catalunha é referenciada no 1º lugar).
  • A relação da imagem corporal com o nível de satisfação com a vida está presente em 46% da população jovem (21ª posição), sendo que esta percentagem afeta o dobro das raparigas em relação aos rapazes.
  • Finalmente, em relação às condições nacionais (politicas e de contexto) para o bem-estar das crianças e jovens portugueses, ocupamos a 22ª posição da tabela.

 

As crianças não são o futuro. As crianças são o presente.

O futuro é dos adultos. E os adultos somos nós!

Não há tempo a perder. A diferença faz-se hoje.

Cada dia conta. Cada dia é menos um dia de criança para cada criança!

 

Para saber mais aceda ao relatório completo neste link:

https://www.unicef.nl/files/Report%20Card%2016%20UNICEF_3%20sept_2020.pdf

 

 

02
Mar21

A Arte de Perguntar

Educação

Será que a mudança começa em cada um de nós?

Será que se os adultos mudarem algo no modo como lidam com as crianças e jovens, as crianças e os jovens mudam?

Será que ter BOAS CONVERSAS, que levam a criança/jovem a pensar e a descobrir mais sobre si, sobre os outros e sobre o mundo, pode abrir novos campos de realização e satisfação familiar e escolar?

Os pais e os professores precisam, cada vez mais, alterar a sua postura – passar de “Mestre” a “Coach”, não dando respostas prontas mas questionando as situações para colocarem os pequenos a pensar e a encontrarem as suas próprias respostas.

Como iniciar uma boa conversa? Com PERGUNTAS. Boas perguntas. Perguntas que induzam a REFLEXÃO, a DECISÃO e a AÇÃO.

Boas perguntas acolhem a criança/jovem e abrem um espaço emocional interno de autoescuta, sem pré-julgamentos, incentivando a criança a exprimir o seu ponto de vista ou sentimentos não desvendados.

Para tal, será essencial não partir de pressupostos e preconceitos que ativem a nossa arrogância de adulto, sempre prontos a presumir e a julgar antes de perguntar ou escutar. Uma boa conversa começa com uma simples pergunta: “Conta-me mais sobre isso …”, “Para eu entender, o que poderia ser isso para ti?”

Boas perguntas são isentas, imparciais e por isso não devem ser feitas quando estamos emocionalmente alterados. Boas conversas acontecem quando estamos em equilíbrio e centrados no firme propósito de levar a criança a pensar e a descobrir mais sobre si. E isso não se compadece com pressas e impaciências, faltas de tempo e sequestros emocionais.

Exemplos de perguntas pouco eficazes:

  • Os brinquedos nasceram aqui na sala?
  • Vais arrumar isso agora ou não?
  • Vais chegar outra vez atrasado à escola?
  • Ainda não percebeste que quem não lava os dentes fica com dor de dentes e tem de ir ao dentista?

Exemplos de BOAS PERGUNTAS:

  • Onde podes arrumar os brinquedos, para que amanhã saibas onde estão e possas brincar muito com eles, outra vez?
  • Se pudesses encontrar um modo de estares pronto antes da hora, como seria?
  • Como podes fazer para que a tua boca fique bem fresca e agradável?

Para as boas perguntas serem eficazes, é necessário que o adulto esteja muito presente e concentrado nas palavras que profere, para que consiga efetivamente ajudar a criança/jovem a sair do ciclo vicioso de autoproteção em que se encontra.

Perguntas com PORQUÊS não costumam funcionar, pois não? Este tipo de preposição leva à racionalização automática e leva a criança /jovem a contar um rol de explicações e justificações sobre o seu comportamento, não encontrando o caminho da solução.

Para ajudar a criança/jovem a sair do recorrente estado de “não sei”, de “queixa/culpados” ou do “contra”, a linguagem não deve ser usada no presente de forma direta, perguntando como é, o que quer ou o que sente … porque aí será mais provável que a resposta seja defensiva: “não sei”, “nada”, “não gosto”, “não…“.

Ajudar a criança/jovem a abrir-se com confiança, segurança e tranquilidade exige do adulto a consciência de que as palavras e o tempo verbal certo da linguagem usada irão ajudar a criança/jovem a encontrar um novo padrão de POSSIBILIDADE. Para tal, perguntas no condicional, perguntando “COMO SERIA SE …”, irão facilitar a verbalização dos seus desejos, pois sente que existe, da parte do adulto, um acolhimento e um verdadeiro interesse em a/o escutar.

 As crianças não estão, normalmente, habituadas a verbalizar os seus desejos e sentimentos mais genuínos e profundos. Nós, adultos, habituámo-las a verbalizarem o que queremos ouvir, por isso, mudar o padrão, carece de algum tempo e paciência. Exemplos: “Entendi que tu não sabes como poderíamos resolver esta situação, mas se existisse uma forma de encontrar uma solução, qual seria?”, “Entendi que não sabes, e não tem qualquer problema não saberes. Existe alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar a descobrir?”.

Abrir caminho para uma boa conversa implica sempre acolher as afirmações da criança: “Entendi que me estas a dizer que não é verdade. De acordo com o teu ponto de vista, qual seria a tua verdade sobre esse assunto?”, “Se conseguisses ver a situação do ponto de vista do teu colega, como seria?”, “Entendi que não gostas da escola. E o que poderia acontecer que te fizesse gostar mais da escola? O que poderia acontecer na escola que te deixaria mais feliz, fazendo com que tu realmente gostasses de lá estar?”.

Depois de abrir a POSSIBILIDADE para a criança/jovem dar um primeiro passo na verbalização do seu desejo mais profundo, será mais fácil para o adulto entender qual a dor ou o incómodo que está por detrás desse desejo e dirigir a conversa para uma solução que integre e inclua essa necessidade, agora revelada. A partir daqui, o adulto continua a abordagem através de perguntas que tragam ainda mais clareza para a situação e que possibilitem uma saída para aquilo que pode ser feito AGORA para que a criança/jovem vivencie o que realmente deseja.

A mudança começa em cada um de nós, e como adultos, as mudanças das nossas crianças e jovens também começam em nós! E talvez a arte de perguntar seja afinal a arte de permitir e ajudar os pequenos a encontrarem as suas próprias respostas!

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 FONTE: Instituto de Coaching Infanto-Juvenil, Método Core Kidcoaching, Método Growcoaching

14
Fev21

Dia do nAMORo é todos os dias!

Amor-Próprio e Educação

 

Dia dos nAMORados …

Dia do AMOR diria … dia de nos enamorarmos pela Vida, pela nossa vida, por nós próprios, pelo que somos e pelo que podemos dar e contribuir …

Mais do que receber é dia de dar … dar amor. Dar a nós mesmos aquilo que tanto merecemos e que ninguém o reconhecerá enquanto nós próprios não o reconhecermos.

Temos o mau hábito de nos esquecer de nós, como se não existíssemos ou se fôssemos invisíveis aos nossos próprios olhos. Parece que nos ensinaram a olhar e cuidar dos outros, mas não para e de nós. Colocamo-nos sistematicamente fora do nosso mundo. Porque será?

O que dizemos de nós mesmos, a nossa autoimagem e a forma como nos valorizamos (ou desvalorizamos), influencia a maneira como nos sentimos, pensamos e agimos. Procuramos um namorado(a) mas esquecemo-nos de namorar connosco primeiro! Procuramos um "salvador", mas esquecemo-nos de, primeiro, nos salvarmos a nós próprios!

Desde crianças que crescemos integrando em nós todo tipo de mensagens sobre quem somos, o que devemos sentir e como agir. De “isso é impossível” a “, mantém os pés no chão” ou “estás a perder tempo”, etc…  tudo fica registado no nosso inconsciente, moldando a nossa identidade e ativando um crítico interno severo - aquela voz que vem de dentro de nós e que passa a vida a julgar como pensamos, sentimos e agimos. Canseira!!

Hoje é dia de PARAR de nos maltratarmos e de invariavelmente nos compararmos com aquilo que percecionamos da vida alheia. É tempo de deixar de olhar tanto para fora e começar a olhar mais para dentro, conversar com o nosso juiz interno e argumentar em nossa própria defesa. Afinal o tribunal é nosso!

Hoje é dia de escolher o Amor e não o Medo. Hoje é dia de ter coragem e olhar para tudo o que temos de bom (tanto) e parar de colocar mais lenha na fogueira dos defeitos. Hoje é dia de elogiar, de nos autoelogiarmos. Hoje é dia de resgatar o nosso AMOR-PRÓPRIO. Hoje é dia de namorar … connosco mesmos!

Sabemos que a autorreconciliação não é tarefa fácil, pois são muitos anos de prática de autocrítica, de excesso de exigências e de desqualificação. Não obstante, hoje é um excelente dia para começar. BORA LÁ NAMORAR!

E se não for por si, por quem poderá ser? Continua à espera do “príncipe salvador”? Será que amar-se a si mesmo(a) não será a melhor maneira de ensinar os seus filhos a fazerem o mesmo? Somos o exemplo que formata a mentalidade das nossas crianças. Como podemos esperar que eles se amem se nós não o fazemos?

Atualmente, estudos indicam que, em Portugal, a maioria dos jovens de hoje aceita como normal o controle, a chantagem, a pressão, a desconfiança, a vigilância, a posse, a violência verbal (oral e escrita), a violência física e até a violência sexual … no namoro! Só quem não se ama e não se respeita o suficiente para se olhar no centro da sua vida, pode permitir este tipo de comportamentos. Como foi possível chegarmos a um patamar de tanta autodesvalorização?? Será que estamos a educar as nossas crianças para se amararem e respeitarem, primeiro e acima de tudo?

Não será esta uma razão mais do que excelente para nos começarmos a respeitar e a amar mais e melhor? Não será hoje um excelente dia para o demonstramos … NAMORANDO MAIS CONNOSCO MESMOS?

Precisamos urgentemente de nos olharmos com os olhos de quem ama.

Precisamos de perceber que ninguém ganha quando nos desvalorizamos e diminuímos. Ninguém! Por isso, podemos começar HOJE por ser verdadeiramente honestos e justos connosco:

  • Reconhecendo o nosso valor, pois somos muito mais que os nossos erros e fracassos, muito mais que os nossos resultados.
  • Sendo mais autocompassivos, ao aceitar as nossas falhas como plataformas de aprendizagem e crescimento.
  • Perdoando-nos, pois ao fazê-lo mais do que libertar os outros, libertamo-nos a nós mesmos.
  • Largando o peso do passado, pois a vida renova-se a cada dia e é sempre possível escrever uma nova página da nossa história.
  • Abraçando a nossa própria criança e resgatando mais a sua alegria natural.
  • Desligando da opinião alheia, pois o que os outros dizem a nosso respeito não nos diz respeito!

E já agora dê um auxílio às nossas crianças e jovens, plantando nas suas consciências sementes de amor-próprio, regadas com elogios e afirmações que reforcem a confiança em si mesmas e promovam o auto-amor, a confiança e o esforço:

  • Valorize o processo e não o resultado.
  • Enalteça e admire os aspetos positivos daquilo que a criança/jovem faz diariamente
  • Exprima o seu amor
  • Demonstre que confia nela(e)
  • Escute com o coração e não se apresse a fazer julgamentos
  • Mostre empatia pelo seu sofrimento
  • Agradeça a sua ajuda e contribuição 
  • Pergunte-lhe e leve em consideração a sua opinião
  • Agradeça o tempo de que passam juntos

 

Que hoje seja um dia de nAMORo …

Pode ser que seja o primeiro, mas não será certamente o último!

 

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29
Jan21

Talentos e Pontos Fortes

Educação e Juventude

Sabias que apenas 20% das pessoas usam os seus pontos fortes e as suas próprias forças … de forma consciente e a seu favor, todos os dias?

Levamos uma vida à procura da nossa melhor versão, na busca "daquela" solução ... mas já Aristóteles dizia que para aumentar o nosso nível de felicidade temos de ser quem nascemos para ser!

Quando não utilizamos os nossos pontos fortes ou as nossas melhores forças no dia-a-dia, temos uma maior tendência para nos sentirmos menos capazes, mais enfraquecidos e mais desvigorados.

Contrariamente aquilo que o senso comum aponta, de que devemos desenvolver os nossos pontos fracos para ficarmos com as nossas capacidades mais “equilibradas” … alguns autores defendem que o nosso maior potencial de crescimento está nas áreas onde temos os nossos pontos fortes.

Ao elevarmos aquilo em que somos “bons” para um nível “excelente” temos mais probabilidade de nos sentirmos felizes e realizados e dessa forma nos sentirmos motivados e autoconfiantes para melhorar também as nossas áreas mais fracas. Pelo contrário, insistir em desenvolver aquilo em que não somos bons pode-nos levar a desenvolver crenças de autodesvalorização e de inferioridade que podem marcar uma vida inteira.

Todos somos génios. Mas se julgarmos um peixe pela sua capacidade de subir a uma árvore, ele vai levar a vida toda a acreditar que é estúpido  -  Einstein

Por isso, se desde criança, se identificarem os nossos talentos, se se investirem neles e se se tirarem deles o maior rendimento … certamente conseguiremos para a nossa vida uma qualidade acrescida. Educar as crianças valorizando, vivenciando, investindo e transformando os seus talentos em pontos fortes, não só materializa o respeito e a valorização da diferença interpessoal, como tirará significativas mais-valias dessas mesmas diferenças! Olhar a diferença como um valor acrescentado será certamente um maravilhosa oportunidade de crescimento e satisfação pessoal.

Não precisamos ser todos iguais. De outro modo, todos precisamos libertar o nosso maior potencial fazendo aquilo que sabemos fazer melhor e que adoramos fazer. O mundo agradece!

Os talentos são habilidades inatas, permanentes e únicas, que nascem connosco. Fazem parte do nosso potencial e que podem ou não ser expressos e incrementados através de conhecimentos e técnicas que os transformem em verdadeiros pontos fortes. As pessoas que usam os seus pontos fortes têm três vezes mais probabilidade de alcançar um excelente bem-estar e uma ótima qualidade de vida!

Ajudar as crianças e jovens a desenvolverem os seus talentos e pontos fortes é essencial para que estes venham a ter no futuro uma vida mais útil, produtiva e feliz!

Primeiro passo: começa por ti e confere quais são os teus talentos (e são tantos … alguns são certamente os teus!). Em jeito de check list:

  • ADAPTABILIDADE – capacidade de viver o momento, flexibilidade
  • ANALÍTICO – questionador, lógico, rigoroso
  • ATIVAÇÃO – rapidez, agir antes de pensar, executor
  • AUTOAFIRMAÇÃO – seguro, autoconfiante, capaz, assertivo, autónomo
  • CARISMA – curiosidade, interesse pelos outros, gosta de se relacionar, comunicador, liderança
  • COMANDO – opinioso, confrontador, decidido, líder, defensor da sua verdade
  • COMPETIÇÃO – compara-se para melhorar e vencer, foge do fracasso/derrota
  • COMUNICAÇÃO – boa expressão escrita e oral, inspirador e contador de histórias
  • CONEXÃO – constrói pontes entre pessoas, tem valores ligados ao bem comum
  • CONTEXTO – olha o passado para compreender o presente e decidir
  • CRENÇA – com valores essenciais duradouros, é confiável, ético e moral
  • DESENVOLVIMENTO – percebe e estimula o potencial das outras pessoas, busca um crescimento continuo
  • DISCIPLINA – cria rotinas e planos para se sentir seguro e controlar a situação, perfecionista
  • EMPATIA – coloca-se no lugar do outro e compreende o porquê das escolhas de cada um, comunica de forma assertiva
  • ESTUDIOSO – procura novas aprendizagens e conhecimentos
  • EXCELÊNCIA – perfecionista, desenvolve os seus pontos fortes até à excelência
  • FOCO – foca-se num propósito de vida e traça planos para lá chegar, líder e inspirador
  • FUTURISTA – visualiza o futuro e partilha essa visão com os outros
  • HARMONIA – procura entendimentos, evita o conflito, colocando os outros primeiro
  • IDEALISTA – criativo e original, é fascinado por ideias, associando-as numa cadeia lógica
  • IMPARCIALIDADE – justo e igualitário, defensor da justiça e da equanimidade
  • INCLUSÃO – inclui tudo e todos, sem diferenciação
  • INDIVIDUALIZAÇÃO – é bom observador de pontos fortes tirando o melhor de cada um, acredita que somos todos diferentes, únicos e especiais, não gosta de generalizações
  • IMPUT – grande curiosidade, quer saber tudo sobre tudo, colecionador/acumulador
  • INTELECTUAL – pensador, gosta de resolver problemas, socialmente isolado, introvertido
  • ORGANIZAÇÃO – controlador, prático, perfecionista, não gosta de caos
  • PENSAMENTO ESTRATÉGICO – abre caminhos, avalia obstáculos e seleciona a melhor opção
  • POSITIVISMO – sorridente, elogiador, encontra sempre o lado positivo da situação, bom humor
  • PRUDÊNCIA – cuidadoso, vigilante, reservado, antecipa perigos e planeia com rigor
  • REALIZAÇÃO – NO STOP, está sempre em ação, em concretização
  • RELACIONAMENTOS – procura proximidade interpessoal, profundidade e intimidade relacional, é sincero e verdadeiro nas relações
  • RESPONSABILIDADE – confiável e disponível para os outros, assume responsabilidade por tudo o que se envolve, não perdoa as suas próprias falhas
  • RESTAURAÇÃO – encontra soluções e resolve problemas, torna o mundo mais perfeito
  • SIGNIFICÂNCIA – necessita do reconhecimento, aprovação e valorização alheia, independente, gosta de fazer as coisas à sua maneira, quer ser excecional.

A combinação de diversos talentos associados ao desenvolvimento de técnicas e conhecimentos específicos, constituem os nossos pontos fortes, especiais e únicos, os quais nos caraterizam e … nos acrescentam valor, e também ... e sobretudo, acrescentam valor ao mundo!

Quais são os teus talentos?

Quais são os talentos do teu filho/a? Do teu aluno/a?

Como é que o mundo pode beneficiar ainda mais dos teus talentos?

Como podes ajudar o teu filho/a ou o teu aluno/a a identificar e a valorizar os seus talentos, de forma a que se sinta motivado para investir na sua transformação num verdadeiro ponto forte?

Fonte: ICIJ – Método GrowCoaching

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