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Estamos sempre a tempo de Flo(rir)

Desenvolvimento Pessoal & Educação

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10
Abr22

Aprender ou não aprender (II)

Educação

Ainda na sequência do que escrevi no post anterior, Aprender ou não aprender (I), sobre AQUILO QUE GOSTARIA DE TER APRENDIDO NA ESCOLA ou daquilo que me parece que seria útil que a escola ensinasse … tenho algo mais que me parece oportuno partilhar …

Ninguém dúvida: a nossa mentalidade, o nosso modo de ver o mundo, os nossos valores, as nossas crenças e convicções são-nos instaladas desde a mais tenra idade. Em casa, na escola, na televisão, na internet … na sociedade. Sem darmos por isso somos “programados” para pensar de determinada forma, para acreditar em determinados princípios e para não contestar o modus operandi à nossa volta. Sejamos sinceros – é essa a principal função da educação e a principal (e legítima) preocupação parental – criar e formar cidadãos inseridos, adaptados e úteis à sociedade.

Por isso, muito daquilo que hoje somos resulta das nossas vivências infantis e juvenis. É natural, é mesmo assim. Nascemos com o “hardware” pronto, mas o “software” vai sendo instalado e reinstalado ao longo de toda a nossa vida. Como é que isso acontece? Através da mediação humana e desde o nascimento. Neste processo a interação pessoal é essencial.

E se assim é, como seria, se em vez de desvalorizarmos sentimentos (“Isso já passa!”), de apontarmos erros (“Isso não se faz!”), de atribuirmos culpas (“Estou farta de te dizer sempre a mesma coisa!”), de punirmos ou castigarmos (“Ficas sem telemóvel para pensares no que fizeste!”) … nos atrevêssemos a quebrar o padrão educativo e, desde cedo, instalássemos CRENÇAS POSITIVAS no “software mental” das nossas crianças?

Como teria sido a nossa vida, se em criança nos tivessem sido transmitidas premissas e convicções que nos permitissem acreditar que temos em nós todos os recursos que precisamos para criar a vida que desejamos viver?

Sabendo que pensamento gera comportamento, como seria se a escola/família valorizasse o ensino das denominadas as soft skills (competências pessoais e interpessoais), a partir da transmissão e reforço ativo e coerente dos seguintes PENSAMENTOS POSITIVOS:

  • EU SOU CAPAZ - Sou “capaz de” de ver, fazer, ser … com clareza, estratégia e persistência.
  • EU SOU IMPORTANTE! EU PERTENÇO A … Eu colaboro e contribuo mais quando me sinto parte de … e quando sinto que sou envolvido e verdadeiramente escutado.
  • EU TENHO O PODER! EU POSSO … é fazendo que aprendo a fazer e sobretudo a ser. Quando decido e aplico o que decidi, aprendo cada vez mais a resolver problemas.
  • Eu consigo. Eu sou suficiente – é a base da minha autoconfiança e autoestima. Um passo de cada vez e está tudo bem. Hoje sou melhor que ontem e por isso, o meu melhor é sempre mais um passo no caminho.
  • Tenho sempre escolha – opto por tudo aquilo que for melhor para mim e aumentar as minhas possibilidades.
  • Tenho o poder de mudar a realidade - a realidade muda quando olho de outro ponto de vista e quando mudo a minha atitude perante a situação.
  • Tenho o poder de criar a minha própria realidade - posso escolher o que pensar e os meus pensamentos irão criar os meus resultados.
    Por ação ou por inação, todos somos criadores da nossa própria realidade.
  • Foco-me sempre no que quero realizar – e não no que não quero, porque irei receber de volta aquilo em que me focar.
  • Estabeleço prioridades e faço escolhas intencionais - Princípio de Pareto - 80% dos resultados que consigo vêm apenas de 20% das minhas atividades. Aplico o meu tempo naquilo que tiver um maior retorno positivo para mim.
  • Todas as experiências trazem oportunidades - existe sempre uma oportunidade de crescimento por trás de cada obstáculo ou contrariedade. Procuro sempre a bênção escondida de cada desafio!
  • Erros são oportunidades de aprendizagem – o erro é uma mensagem que indica e orienta o caminho. Os falhanços podem conter excelentes aprendizagens. Não desistir, apesar de erros e falhas, é o mais importante.  Os erros dizem-me:  Não é por aí! Não desistas. Estás cada vez mais perto.
  • Opinião é interpretação - As nossas palavras são somente representações dos acontecimentos ou das situações que descrevemos – não são a realidade/verdade em si. O mapa não é o território!!
  • Não levo as coisas demasiado a sério – 80 a 90% das minhas preocupações e receios nunca se irão concretizar. Ups!! 
  • As pessoas não são o seu comportamento - lido com o seu comportamento e aceito a pessoa por trás do comportamento. Não levo a peito ofensas porque os comportamentos são passageiros e as pessoas são permanentes!
  • O medo é meu aliado – o medo avisa-me e prepara-me para algo importante que vai acontecer, mas não me deve bloquear! Presto mais atenção aos detalhes, preparo-me ainda melhor e avanço com coragem!
  • Não me comparo com os outros - a comparação com os outros conduz à insatisfação. Só a comparação comigo mesmo, de onde vim, o que já consegui e como cresci … me dará poder pessoal, motivação e tranquilidade. Eu não tenho comparação!!
  • As pessoas têm todos os recursos de que necessitam para ter sucesso - não há pessoas sem recursos, há pessoas que não sabem ou conseguem usar os seus recursos pessoais. Descubro as minhas próprias qualidades escondidas e uso-as como sendo únicas e especiais.
  • Todo o comportamento tem uma intenção positiva – a intenção é sempre boa, mas o comportamento pode ser desajustado.
    Mantenho a intenção e adapto o meu comportamento para obter o resultado que desejo.
  • Juntos somos mais fortes - Não chegamos a lado nenhum sozinhos: Somos seres sociais e o verdadeiro sucesso está no trabalho em equipa. Ninguém ganha sozinho! Eu ganho porque tu ganhas (e não porque tu perdes). Sozinhos podemos ir mais rápido. Juntos vamos mais longe!
  • A empatia faz magia – não há comunicação sem conexão. Todos temos muito a prender uns com os outros. Aproximo-me, olho as pessoas nos olhos e escuto com genuína curiosidade e interesse.
  • Não reajas, age – não espero, assumo a liderança, tenho a iniciativa, sou pró-ativo na busca daquilo que quero, ajusto a situação com a minha própria ação. Dou primeiro, recebo depois. Não espero que escolham ou façam por mim, senão vou (des)esperar.
  • As coisas são como são – não é o que me acontece que me define, mas aquilo que faço com aquilo que me acontece. Sem resignação e com determinação, o que posso/vou fazer com isso?
  • A gratidão é contagiosa – facilita-me o foco nas coisas positivas da vida e atrai para mim estados de confiança e felicidade.

 

Estes 23 poderosos ensinamentos ter-nos-iam dado jeito se tivessem sido instalados no nosso “software” desde criança. Estaríamos hoje mais bem apetrechados no que diz respeito às nossas Soft skills e certamente estaríamos mais bem preparados para os desafios que a vida nos trouxe.

Não basta desvalorizar as crenças limitadoras das crianças ou dizer-lhes que são capazes ou que são importantes. É imprescindível cuidar da coerência entre palavras e atos, bem como preencher o espaço com pensamentos positivos. Serve-te deste “Menu de Pensamentos Positivos”, escolhe um … e começa por aí. Começa por aquele que se adequar melhor às caraterísticas de personalidade do teu filho/aluno e instala-o com amor, persistência e paciência.

Fica, no entanto, uma advertência. Os pequenos só irão acreditar se tu mesmo acreditares. Não chega dizer. Diria mesmo, não chega acreditar. É preciso fazer. É preciso sentir, praticar, dar o exemplo, vivenciar. Só assim o download será bem-sucedido!!

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